Análise de paralelos narrativos em dragon ball super e one punch man

A similaridade entre as transformações de Moro e Garou, abordando os limites da imitação de poder em animes shonen.

An
Analista de Mangá Shounen

29/10/2025 às 12:43

5 visualizações 4 min de leitura
Compartilhar:
Análise de paralelos narrativos em dragon ball super e one punch man

Uma análise comparativa entre arcos narrativos notáveis de Dragon Ball Super e One Punch Man revelou paralelos fascinantes sobre os temas de imitação de poder e a busca por força máxima. O ponto central reside na forma como vilões poderosos tentam replicar ou igualar as habilidades dos protagonistas, mas falham devido a limitações inerentes às suas naturezas.

A cópia imperfeita: Moro e a Ultra Instinto

Em Dragon Ball Super, o vilão Moro demonstrou a capacidade de copiar as habilidades de seus oponentes. Um exemplo marcante foi quando ele absorveu os poderes de Merus, adquirindo o domínio da técnica Ultra Instinto. Esta habilidade, tipicamente reservada aos anjos e acessada por Goku após intenso treinamento e aceitação de sua própria mortalidade, representa o ápice do controle corporal e espiritual.

O problema enfrentado por Moro, contudo, era estrutural. Mesmo com a cópia da técnica, ele não possuía a fundação necessária para sustentá-la. Moro, que nunca havia dedicado tempo ao treinamento formal, não tinha o corpo preparado para lidar com o poder divino do Ultra Instinto. A imitação, neste caso, era um fardo insustentável, demonstrando que a maestria transcende a mera replicação de um movimento ou aura.

Garou e o espelho do Seríssimo

Similarmente, em One Punch Man, o vilão Garou buscou superar Saitama ao copiar seu ataque mais devastador, o Serious Punch. Garou, utilizando sua capacidade de entender e replicar a energia universal, conseguiu manifestar uma forma capaz de se equiparar temporariamente ao poder do herói.

Entretanto, a falha na replicação de Garou estava ligada à natureza intangível do poder de Saitama, que frequentemente se manifesta através de intensas emoções humanas. Enquanto Garou se esforçava ativamente para se distanciar de sua humanidade, transformando-se em um símbolo de terror e monstro, o poder de Saitama crescia justamente por sua natureza fundamentalmente humana e suas reações viscerais ao desafio.

Os limites da simulação de poder

Estes dois casos ilustram uma tese comum em narrativas de batalha: copiar a técnica não significa possuir a essência. A Ultra Instinto requer disciplina e paz interna que Moro, movido pela ambição, nunca alcançou. Da mesma forma, o poder de crescimento exponencial de Saitama está intrinsecamente ligado ao seu lado humano, algo que Garou ativamente tentava negar forçando-se cada vez mais para o lado 'monstro'.

Em ambos os cenários, o vilão que tenta equiparar-se ao protagonista através da imitação percebe que o poder verdadeiro dos heróis reside em aspectos internos e transcendentais que não são facilmente quantificáveis ou copiáveis. A jornada de Moro e Garou culmina na constatação de que o caminho para a verdadeira superioridade exige uma transformação interna, e não apenas uma adaptação externa de habilidades alheias, como explorado extensivamente em mangás de luta como Dragon Ball e One Punch Man.

An

Analista de Mangá Shounen

Especializado em análise aprofundada de mangás de ação e batalhas (shounen), com foco em narrativas complexas, desenvolvimento de enredo e teorias de fãs. Experiência em desconstrução de arcos narrativos e especulações baseadas em detalhes canônicos.