Análise da longevidade de madara: Por que o uchiha não atacou konoha após a morte de hashirama?

A narrativa de Naruto apresenta um dos mistérios estratégicos mais intrigantes envolvendo Madara Uchiha, um dos fundadores de Konohagakure (Vila Oculta da Folha). Após forjar sua própria morte em um confronto monumental contra Hashirama Senju, o rival de longa data, Madara desapareceu deliberadamente. A questão central que surge é: se ele sobreviveu e se viu livre do poder incontestável de Hashirama, por que Madara não retornou imediatamente para desmantelar Konoha, que ele tanto desprezava?

O ponto de partida para essa especulação reside na cronologia estabelecida, sugerindo que a morte de Hashirama ocorreu em seu auge de glória. Testemunhos posteriores, como aqueles relacionados ao tempo em que Tobirama Senju servia como Hokage, indicam que a era de domínio de Hashirama se manteve firme até seu falecimento. Se Madara estava vivo, utilizando a vida pós-morte que ele havia arquitetado, a ausência de um ataque direto contra Konoha após a perda de seu maior obstáculo parece ilógica sob a perspectiva de um desejo vingativo e de tomada de poder.

A Estratégia Oculta de Madara

A decisão de Madara de permanecer nas sombras, em vez de atacar a vila logo após a morte de Hashirama, sugere que sua motivação ia além da simples vingança ou da conquista imediata. O objetivo final de Madara, como articulado mais tarde, era a implementação do Plano Olho da Lua (Tsuki no Me Keikaku). Esta ambição exigia circunstâncias muito específicas que não estavam presentes logo após a fundação da vila.

Em primeiro lugar, Madara precisava de tempo para consolidar recursos e aprimorar suas habilidades sem a interferência direta de Hashirama. Ele havia se implantado com o poder de Hashirama através das células do Primeiro Hokage, um processo que certamente demandava um período de recuperação e adaptação. Estar escondido permitia-lhe manipular os eventos à distância, preparando o terreno para a guerra futura.

A Importância do Controle sobre Nagato

Uma análise mais profunda revela que a verdadeira força motriz do plano de Madara era o controle sobre o ciclo de ódio e o poder do Rinnegan. Para ressuscitar a Dez Caudas e lançar o Tsukuyomi Infinito, Madara precisava que um indivíduo específico alcançasse um estado de desespero extremo e acumulasse poder suficiente para ser usado como receptáculo. Este indivíduo era Nagato.

Forçar um confronto direto com Tobirama ou Hiruzen Sarutobi imediatamente após a morte de Hashirama teria sido um movimento imprudente. Konoha, sob a liderança de seus sucessores, ainda era uma força poderosa, e Madara não possuía ainda o controle total sobre os eventos necessários para garantir sua vitória definitiva e sem risco de interrupção, como a eventual manipulação de Obito Uchiha.

A reclusão, portanto, não foi passividade, mas sim uma fase crucial de incubação. Madara não estava apenas esperando um momento oportuno; ele estava cultivando as condições ideais para que seu plano mestre fosse executado com precisão cirúrgica. A ausência de um ataque direto após a morte de seu arqui-inimigo demonstra a paciência estratégica de um Shinobi que entendia que a vitória final dependia mais de manipulação a longo prazo do que um ataque frontal e prematuro, como sugerido em discussões sobre a linha do tempo do universo de Naruto.