Análise aponta inconsistências pontuais na narrativa do mangá berserk, apesar da excelência geral
Perspectivas sobre a obra-prima de Kentaro Miura revelam que alguns arcos específicos podem apresentar falhas de escrita, embora raramente.
Apesar de ser universalmente aclamada como uma das maiores obras do mangá japonês, a épica saga de Berserk, criada por Kentaro Miura, é ocasionalmente examinada por leitores atentos em busca de falhas em sua consistência narrativa. Uma análise focada sobre o desenvolvimento da trama sugere que, embora a qualidade predominante seja inquestionável, existem pontos específicos onde a escrita parece desviar do padrão elevado estabelecido pela série.
O foco principal recai sobre a recorrência de momentos isolados que parecem operar em um nível ligeiramente inferior ao restante da narrativa. Um dos pontos citados envolve o início do arco do Millennium Falcon, particularmente durante a introdução do confronto com o ogro. Embora os leitores reconheçam que grandes obras com extensão considerável sempre apresentarão variações, a expectativa de perfeição contínua é alta.
Momentos de hesitação na escrita
A inconsistência mais notável, segundo a observação, parece concentrar-se na fase pós-Eclipse, embora a maestria da arte e da visão geral de Miura continue a ser um pilar da obra. O arco da ilha dos elfos, por exemplo, é um desses segmentos que alguns avaliadores sentem ter sofrido com uma ligeira queda na profundidade narrativa, possivelmente influenciada pelas condições de saúde do autor na época.
Outro ponto de divergência mencionado é o começo do arco do navio pirata. Em comparação com o ápice da obra, como o próprio Eclipse ou a ascensão de Falconia após a transformação de Ganishka, que são frequentemente vistos como o ponto máximo da narrativa, esses segmentos parecem ser mais funcionais, servindo como preparativos ou transições, em vez de narrativas autossuficientes de altíssimo calibre.
Uma questão de escala
É crucial contextualizar essas observações. A avaliação geral da obra permanece estratosférica. Há quem defenda que o mangá até o arco da Hill of Swords é unanimemente perfeito, merecendo uma nota máxima. Mesmo após esse estágio, o nível de excelência se mantém, sendo reclassificado apenas ligeiramente, caindo para um patamar muito elevado, mas não absolutamente perfeito.
A aparição da cidade utópica de Falconia e o confronto final com Ganishka são frequentemente citados como exemplos de como Miura conseguiu fundir ação, filosofia e desespero com perfeição inigualável. Portanto, os momentos de escrita que supostamente falham são vistos mais como exceções raras em uma obra que estabelece um padrão de qualidade extraordinariamente alto. A complexidade envolvida na produção de um épico como Berserk, que mescla fantasia sombria com profundas reflexões sobre a humanidade e o destino, torna notável que as poucas eventuais falhas sejam tão pontuais e isoladas dentro de sua vasta tapeçaria narrativa.