Análise sugere que hantengu, do anime kimetsu no yaiba, poderia ter uma emoção central ausente
Uma teoria intrigante surge sobre as manifestações emocionais do Lua Superior Quatro, Hantengu, sugerindo a ausência de um aspecto fundamental.
A complexa estrutura de demônio apresentada por Hantengu, o Lua Superior Quatro em Kimetsu no Yaiba (Demon Slayer), continua a ser um ponto de fascínio e análise detalhada entre os apreciadores da obra. Sua habilidade de se dividir em várias formas, cada uma personificando uma emoção distinta, oferece um rico material para interpretação do passado trágico do personagem.
A observação central que tem ganhado destaque é a aparente totalidade das emoções que Hantengu manifestou em suas formas separadas. Durante a batalha crucial contra os Hashiras, vimos o Clã demonstrar alegria, raiva, medo e prazer. No entanto, o que teria motivado a criação dessas manifestações emocionais específicas?
A busca pela emoção de autoaceitação
A teoria propõe que todas as manifestações de Hantengu representam facetas de sua psique fragmentada após se tornar demônio, mas aponta para a ausência notável de uma emoção crucial: a aceitação da culpa ou do remorso. O argumento sugere que, enquanto os outros Luas Superiores possuíam, em seus núcleos humanos originais, algum vestígio de seu lado humano que justificasse suas ações ou definisse sua dor, Hantengu pode ter tido uma forma dedicada a assumir a responsabilidade por seus atos.
Se compararmos Hantengu com outros Luas, como Douma, que era inerentemente incapaz de sentir empatia humana genuína, ou Akaza, que carregava o peso de sua promessa e falha pessoal, a estrutura emocional de Hantengu parece incompleta ou excessivamente defensiva. A falta de uma versão que encarne a culpa ou o arrependimento pode ser a chave para entender por que sua forma original era tão focada em fugir e se esconder.
O núcleo do personagem e a tragédia
A história de Hantengu, antes de sua transformação, envolve um homem que era temido por ser um ladrão e assassino, mas que via suas ações como justificadas por sua própria miséria e incapacidade de adaptação social. A separação em emoções, portanto, poderia ser vista como o mecanismo final de negação: ele não precisava sentir a culpa porque poderia simplesmente delegá-la a uma de suas partes. Caso existisse um clone representando a autocrítica severa, esse seria o fragmento que ele mais lutaria para manter suprimido.
Essa ausência sugere que, diferentemente de outros antagonistas que demonstram alguma forma de reconhecimento tardio de seus erros ou de sua humanidade perdida, Hantengu operava inteiramente sob a lógica da auto-preservação extrema. A inexistência de um clone de culpa significaria que, mesmo diante da morte, a totalidade dos demônios que ele se tornou não conseguiu confrontar o cerne de sua falha moral.
Para o mangaká Koyoharu Gotouge, criar um vilão cujas fraquezas são puramente fragmentadas e emocionais adiciona uma camada de nuance ao clímax da saga, onde os piores demônios são aqueles que manifestam a incapacidade humana de lidar com os próprios sentimentos.
Analista de Mangá Shounen
Especializado em análise aprofundada de mangás de ação e batalhas (shounen), com foco em narrativas complexas, desenvolvimento de enredo e teorias de fãs. Experiência em desconstrução de arcos narrativos e especulações baseadas em detalhes canônicos.