Análise da estrutura narrativa dos filmes de demon slayer: O impacto da batalha contra doma
A fragmentação do confronto contra Doma entre dois filmes de Demon Slayer levanta questões sobre o impacto emocional da morte de Shinobu Kocho.
A adaptação cinematográfica de arcos fundamentais de Demon Slayer: Kimetsu no Yaiba sempre gera debates acalorados sobre a fidelidade à obra original e a eficácia da narrativa no formato de longa-metragem. Um ponto específico de análise recente reside na forma como a crucial batalha contra o Lua Superior Dois, Doma, foi distribuída entre os filmes, levantando discussões sobre o peso emocional da perda de personagens importantes.
A estrutura adotada pela Ufotable, que busca ser fiel à progressão estabelecida no mangá, optou por apresentar uma prévia do confronto entre Shinobu Kocho e Doma em um filme, reservando a resolução completa do duelo, envolvendo os esforços combinados de Inosuke Hashibira e Kanao Tsuyuri, para a produção subsequente. Enquanto a fidelidade ao material fonte é louvável, a separação da luta levanta preocupações quanto à manutenção da intensidade dramática.
O desafio da retenção emocional
O argumento central levantado é que a morte de Shinobu, um ponto de virada devastador para o enredo, pode perder parte de sua ressonância a longo prazo devido à interrupção narrativa. Ao introduzir grandes confrontos subsequentes entre a morte de Shinobu e sua vingança final, o público pode ser levado a processar a perda de maneira menos imediata e contundente.
A lógica por trás dessa separação cinematográfica parece buscar um efeito de surpresa ao revelar o desfecho climático em um momento posterior. No entanto, críticos apontam que essa distância temporal entre o sacrifício e a justiça pode diluir a carga emotiva que um arco narrativo contínuo proporcionaria. Em uma narrativa cinematográfica, a proximidade entre o evento trágico e sua retribuição costuma amplificar o impacto emocional no espectador.
Proposta de reorganização dos arcos
Uma sugestão de reorganização foca em condensar os eventos para maximizar o impacto dramático. A proposta idealizada sugere que o Primeiro Filme abrangesse as batalhas de Zenitsu Agatsuma contra Kaigaku, o início do confronto de Mitsuri Kanroji e Obanai Iguro contra Nakime, e o embate decisivo de Tanjiro Kamado e Giyu Tomioka contra Akaza.
O Segundo Filme, sob esta nova perspectiva, seria inteiramente dedicado à conclusão dos arcos pendentes, focando na totalidade da luta contra Doma (incluindo a participação essencial de Shinobu, Inosuke e Kanao) e na sequência da batalha de Mitsuri e Obanai contra Nakime, culminando com o épico confronto dos Hashiras restantes contra Kokushibo. O Terceiro Filme ficaria reservado para o colapso final do Castelo Infinito e a batalha derradeira contra Muzan Kibutsuji, seguida pelo epílogo da série.
Essa alternativa visa garantir que a emoção da perda de Shinobu permaneça fresca na memória do público até o momento em que Doma é finalmente derrotado, criando um clímax mais coeso para aquele segmento da história. Além disso, manter a luta contra Nakime em partes seria mais justificável, especialmente considerando a descrição no mangá de horas de progresso mínimo, o que tornaria os comentários irônicos dos personagens sobre o tempo gasto na batalha ainda mais pertinentes e engraçados.