Análise especulativa: Puck, de berserk, poderia usar o behelit?

O universo sombrio de Berserk é regido por regras cósmicas implacáveis, especialmente quando se trata do Behelit, o catalisador da transformação em um Membro da Mão de Deus. Recentemente, surgiram questionamentos intrigantes sobre a possibilidade de um personagem específico, o elfo Puck, manejar este objeto de sacrifício.

Puck, o companheiro constante de Guts, possui uma natureza intrinsecamente diferente da maioria dos seres vivos no mundo físico. Ele é uma criatura astral, cuja existência reside primariamente no plano etéreo. Essa distinção é crucial, pois tradicionalmente, a atração do Behelit é ligada a indivíduos presos em uma profunda dor humana, buscando desesperadamente escapar de sua realidade tangível através de um desejo supremo.

A dinâmica do desejo e o plano astral

A especulação deriva de cenas em que Puck exibe um apego incomum ao artefato, chegando a reivindicá-lo como seu em momentos de alívio cômico. No entanto, a mecânica por trás do Behelit exige um sacrifício humano de laços significativos, geralmente através de um trauma profundo ligado ao mundo material. A questão fundamental se torna: um ser puramente astral é capaz de sentir ou manifestar um desejo tão mundano e desesperado?

Se considerarmos que o Behelit responde a ânsias profundas, a ausência de um corpo físico e conexões emocionais humanas complexas em Puck, como as experimentadas por Guts ou Griffith, sugere que ele seria incapaz de satisfazer os pré-requisitos para o Eclipse. O objeto normalmente se materializa para influenciar aqueles que sentem a maior dor na carne e no espírito humano.

O que Puck sacrificaria?

Em um cenário hipotético onde Puck conseguisse catalisar o poder do Behelit, o objeto de seu sacrifício seria completamente desconhecido sob as regras conhecidas da mitologia de Berserk. O que significaria para um elfo, cuja essência é ligada à magia e à natureza, perder seus laços kármicos?

Algumas interpretações sugerem que, se Puck tivesse um desejo de poder ou de proteger seus amigos de uma forma absoluta, ele teria que abrir mão de sua essência feérica ou de sua ligação com a linha temporal da sua espécie. Contudo, a natureza do sacrifício provavelmente seria tão exótica quanto a de seu portador, podendo desafiar a própria estrutura dimensional que separa o plano astral do físico.

A possibilidade de Puck usar o artefato serve mais como um ponto de interrogação fascinante sobre os limites da entidade que dita as regras em Berserk. O artefato parece ser um produto da tragédia humana; forçá-lo a interagir com uma entidade predominantemente não-humana, como o pequeno companheiro de Guts, cria uma camada adicional de mistério sobre o funcionamento do destino na obra de Kentaro Miura.