Análise do terceiro episódio da terceira temporada de one punch man sugere prioridade em cenas de luta
O terceiro episódio da nova temporada de One Punch Man é marcado por animações de luta elogiadas, mas com certas sequências de diálogo criticadas.
O desenvolvimento da terceira temporada de One Punch Man está gerando análises detalhadas sobre o equilíbrio entre ação e momentos mais calmos da narrativa. O terceiro episódio, em particular, parece solidificar a estratégia de priorização das lutas intensas, em detrimento de cenas de desenvolvimento de personagens mais estáticas.
Excelência na Animação de Combates
Um dos pontos altos notados foi a adaptação da batalha entre Garou e os monstros da Associação de Heróis, como Royal Ripper e Bug God. Houve uma decisão visível de expandir o escopo dessas lutas, introduzindo cenas originais criadas especificamente para o anime. Este esforço demonstra uma intenção de não apenas replicar o mangá quadro a quadro, mas de enriquecer a experiência visual na tela.
A fluidez das animações durante os confrontos foi consistentemente elogiada. Em momentos como o arremesso de Garou por Bug God, com a subsequente destruição do chão, o impacto visual foi bem executado. A composição da técnica de água fluida e a troca de golpes entre Royal Ripper e Garou, destacando a esquiva excelente do Caçador de Heróis, foram apontadas como exemplos de excelência técnica. Uma moldura específica, onde Garou observa seus oponentes com o cabelo ao vento, foi celebrada por capturar a essência da arte do próprio criador do mangá, Yusuke Murata, sendo um grande feito para o animador responsável.
Além disso, a arte de monstros como Presidente Ugly, Giant Mouth, Homeless Emperor e Evil Natural Water recebeu menções positivas pela sua composição visual impactante. Um retorno bem-vindo para fãs antigos foi a aparição do Doutor Genus, personagem que não era visto em um contexto de anime há anos, reforçando a continuidade narrativa dentro do universo de One Punch Man.
Pontos de Contenção no Ritmo
Nem todos os aspectos do episódio mantiveram o mesmo padrão elevado. O segmento de treinamento entre Hellfire e Gale Wind foi classificado como “decente”, possuindo ângulos interessantes, mas a fluidez geral da luta foi considerada um pouco inconsistente. O principal ponto de crítica recaiu sobre as cenas que não envolviam ação direta.
Sequências como a reunião de Saitama e seu grupo no apartamento foram apontadas como tendo pouca ou nenhuma animação, resultando em um visual considerado decepcionante. Da mesma forma, a conversa entre Fubuki e Saitama careceu de movimento, afetando o engajamento visual.
Outro elemento que apresentou inconsistência foi o design do Robô G5, da Organização. Enquanto sua apresentação inicial no primeiro episódio foi elogiada pelo seu estilo e composição, sua aparição subsequente neste episódio pareceu ter perdido qualidade artística.
A Estratégia de Produção
Em retrospectiva, essas diferenças parecem refletir a abordagem do estúdio e do diretor Shinpei. Houve uma priorização clara das cenas de luta de alta octanagem sobre os momentos de “slice of life” ou diálogo menos movimentado. Embora essa escolha garanta picos de qualidade visual durante os confrontos, como visto nas lutas anteriores de Garou contra TankTop Master e Bang, ela também pode resultar em episódios ímpares, similar ao que ocorreu em partes da segunda temporada. A expectativa geral é que a qualidade da animação possa flutuar, mas que os grandes momentos de ação continuem a ser o carro-chefe desta fase da adaptação.
Analista de Mangá Shounen
Especializado em análise aprofundada de mangás de ação e batalhas (shounen), com foco em narrativas complexas, desenvolvimento de enredo e teorias de fãs. Experiência em desconstrução de arcos narrativos e especulações baseadas em detalhes canônicos.