Análise aponta que a narrativa de boruto foca excessivamente em promessas não cumpridas e exposição sem demonstração
A série sucessora de Naruto enfrenta críticas sobre a constante menção de poderes e rivalidades sem a devida apresentação ou justificação em tela.
A narrativa de Boruto: Naruto Next Generations tem sido alvo de uma análise cuidadosa por parte do público, especialmente no que concerne à construção de seu universo de poder e às expectativas criadas sobre seus personagens mais proeminentes.
O ponto central da questão reside em um padrão percebido de 'talk and no show', onde a força ou a superioridade de determinadas entidades é constantemente afirmada através de diálogos, mas raramente é comprovada visualmente ou através de eventos concretos dentro da trama. Isso gera uma desconexão entre o que é prometido e o que é efetivamente entregue em termos de desenvolvimento de ação e apresentação de escala de poder.
A questão da hierarquia de poder
Um exemplo notável dessa dinâmica envolve o personagem Code. A narrativa estabeleceu que ele possui um poder superior ao de Jigen, o antagonista central em um arco anterior. No entanto, até o momento, não foi apresentada uma justificativa clara ou uma demonstração de poder que sustente essa alegação, deixando os espectadores com a impressão de que a informação é meramente expositiva e não suportada pela ação.
A escala de poder parece se tornar ainda mais nebulosa quando personagens subsequentes, como os Shinju (seres divinos), são introduzidos como superiores a Code. A decepção aumenta quando um desses seres, supostamente tão poderoso, é visto sendo severamente danificado por um ataque de Konohamaru, um personagem que, em comparação com o modo Sábio de Naruto sem a Kurama, não deveria representar uma ameaça significativa.
Essa divergência força o público a questionar a validade das comparações estabelecidas na linha do tempo, exigindo que acreditem em afirmações categóricas sem a prova visual necessária.
O mistério dos poderes Uzumaki e os saltos temporais
Além das lutas diretas, há uma incerteza crescente sobre o desenvolvimento das habilidades únicas dos irmãos Uzumaki, Boruto e Kawaki. Há uma lacuna de informação sobre o quão poderosos eles se tornaram em relação às suas fontes de poder alienígenas, forçando os interessados a dependerem de especulações pessoais, ou headcanons, para preencherem essas lacunas de desenvolvimento.
Similarmente, a subtrama envolvendo o futuro de Koji, que está ligado a intervenções temporais, também carece de uma visualização concreta. A ideia de que um poder superior é transferido de um eu futuro não foi acompanhada por vislumbres claros desses futuros alternativos ou dos cenários que justificariam tal intervenção. O enredo se apoia excessivamente na boa vontade do leitor em aceitar a premissa sem evidências explícitas apresentadas na história.
No fim das contas, a apreciação da trama de Boruto, que tem elementos narrativos intrigantes e uma premissa de continuação para a obra de [Masashi Kishimoto](https://pt.wikipedia.org/wiki/Masashi_Kishimoto), parece depender de uma suspensão de descrença mais ativa, especialmente quando se trata de estabelecer e validar a força dos novos personagens em relação aos legados deixados por Naruto e [Sasuke Uchiha](https://pt.wikipedia.org/wiki/Sasuke_Uchiha).
Analista de Anime Japonês
Especialista em produção e elenco de animes e filmes japoneses originais. Possui vasta experiência em cobrir anúncios de elenco, equipe técnica e trilhas sonoras de produções de nicho, focando na precisão dos detalhes da indústria.