Análise crítica aponta falhas estruturais e decisões questionáveis na demon slayer corp e nos hashiras

Um exame minucioso da estrutura da Demon Slayer Corp, a organização encarregada de proteger a humanidade contra os demônios em Demon Slayer: Kimetsu no Yaiba, revela uma série de fragilidades sistêmicas e falhas táticas graves que, segundo observadores atentos, colocam em xeque sua eficácia operacional.

O Processo de Seleção e a Gestão de Tragédias

O primeiro ponto de escrutínio recai sobre o Exame Final para a entrada na organização. Tal método, que essencialmente exige que os aspirantes sobrevivam a uma experiência de luta ou morte em ambiente hostil, é visto como um desperdício de potencial. A premissa de testar caçadores em condições extremas, resultando na perda de muitos concorrentes, levanta dúvidas sobre a prioridade da Corp: a sobrevivência da humanidade ou a manutenção de um ritual brutal.

No entanto, a gestão de talentos excepcionais parece ser o erro mais significativo da organização. O banimento de Yoriichi Tsugikuni é citado como um exemplo devastador dessa miopia institucional. Embora as normas sociais da época envolvam honra e orgulho familiar, a expulsão do único indivíduo que chegou perto de derrotar Muzan em seu auge, com um único golpe, é considerada taticamente insustentável. A insistência em medidas punitivas, mesmo diante da ameaça existencial representada por Muzan, sugeriu uma incapacidade de priorizar o bem maior sobre as regras obsoletas. A perda de Yoriichi significou a perda de um mentor que poderia ter aprimorado a próxima geração de caçadores, que, em grande parte, dependiam de métodos de respiração desenvolvidos séculos depois.

Desorganização Tática dos Hashiras

Em termos táticos, a abordagem dos Hashiras, mesmo sendo os pilares da Corp, apresenta falhas notáveis. O fato de os Hashiras, apesar de seu poder avassalador, serem frequentemente designados para missões solo é visto como perigoso. A estrutura de poder recomendaria o uso de duplas ou esquadrões, especialmente contra as Luas Superiores.

Um exemplo pertinente é o confronto com Akaza, a Terceira Lua Superior. A vitória foi alcançada apenas através de um esforço coordenado envolvendo Giyu Tomioka e Tanjiro Kamado, com este último alcançando a percepção do Mundo Transparente e explorando uma abertura momentânea. Argumenta-se que a presença de outro Hashira, como o Hashira do Vento, poderia ter sido o suficiente para conter Akaza até o nascer do sol, salvaguardando Tanjiro e Giyu de danos quase fatais. A batalha contra as Luas Superiores durante a luta final evidenciou a fraqueza intrínseca do corpo de elite, exigindo a adoção de melhorias drásticas (como as Marcas) e mesmo assim resultando na morte de seis dos nove Hashiras.

O Prejuízo da Emoção sobre a Lógica

Um aspecto particularmente criticado é a influência desmedida das emoções no julgamento dos membros de alto escalão da Demon Slayer Corp, particularmente os Hashiras. O ódio internalizado pelas atrocidades cometidas pelos demônios cegou muitos a ponto de ameaçarem executar aliados valiosos, como Giyu e Tanjiro, simplesmente por estarem associados a Nezuko, uma demônio que demonstrou repetidamente seu controle e cooperação com os caçadores.

Essa rigidez ideológica, movida pelo rancor, quase custou à humanidade um de seus soldados mais fortes e a sua única esperança de vitória, Yoriichi. A sobrevivência da humanidade dependia criticamente do sucesso do time de Giyu e Tanjiro, mas o impulso inicial de muitos Hashiras era eliminar a coesão do grupo por um ideal de pureza anti-demônio. Tal mentalidade, que prioriza a aniquilação imediata sobre a utilidade estratégica, é descrita como um luxo que a humanidade, em guerra pela sobrevivência, simplesmente não poderia pagar. A eficácia da Demon Slayer Corp, portanto, parece ter sido mais uma função da genialidade isolada e do sacrifício pessoal do que da excelência de seu sistema organizacional.