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Análise aponta confusão persistente entre as adaptações animadas de berserk: Trilogia de 2012/2013 e o anime de 2016

Diferenças técnicas e narrativas marcantes separam a trilogia 3D da Memorial Edition e a controversa série de 2016.

Analista de Mangá Shounen
09/12/2025 às 17:30
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Apesar de cobrirem o aclamado Arco da Era de Ouro da obra Berserk, as várias adaptações animadas do período geram confusão entre o público, especialmente ao se comparar a trilogia cinematográfica lançada entre 2012 e 2013 (e sua posterior Memorial Edition) com a série de televisão de 2016. Frequentemente, a estética gráfica de todas essas produções baseadas em computação gráfica 3D leva espectadores a misturarem as qualidades e defeitos de cada versão.

A distinção técnica fundamental reside na qualidade percebida da implementação do CGI. Enquanto a trilogia e a posterior Memorial Edition são reconhecidas por terem empregado computação gráfica de maneira mais funcional e aceitável, a série de 2016 é notória por uma execução visual amplamente criticada. A primeira leva de filmes, embora não isenta de críticas estilísticas, apresentou animações CGI que eram consideradas assistíveis e bem executadas na época, com a Memorial Edition chegando a refinar ainda mais esses aspectos.

Diferenças visuais e recortes narrativos

No que tange ao aspecto artístico, a Memorial Edition manteve uma fidelidade notável ao estilo de arte original do mangá, com exceção de algumas escolhas pontuais em personagens centrais como Guts e Griffith. O visual de Guts, em particular, foi elogiado por muitos, enquanto outros expressaram reservas sobre a nova representação de Griffith. Em contraste, a série de 2016 possui pouquíssimos momentos visuais bem recebidos, com suas poucas incursões em animação 2D sendo frequentemente descritas como medianas.

A questão da fidelidade ao material original escrito por Kentaro Miura também é um ponto de divergência crucial. A adaptação de 1997, embora amada por seu estilo 2D superior, sofreu grandes cortes, omitindo personagens importantes como o Cavaleiro Caveira e momentos cruciais de desenvolvimento de Casca e Guts pós-Eclipse. A trilogia tentou resgatar parte desse conteúdo perdido, incluindo o Cavaleiro Caveira e a conclusão do Eclipse que faltou na série de 97.

A balança da Memorial Edition

A Memorial Edition buscou um meio-termo, reincorporando cenas importantes que faltaram na trilogia original, como o Bonefire of Dreams (Fogueira dos Sonhos) e um diálogo mais extenso entre Judea e Carcus antes da partida de Guts. Contudo, mesmo com essas adições, o volume total de conteúdo narrativo incluído na Memorial Edition, condensada em 13 episódios, ainda representa um corte significativo do desenvolvimento intrínseco dos personagens presente na série de 1997.

Apesar de a trilogia/Memorial Edition introduzir elementos cruciais ausentes na versão de 1997, especialmente em relação ao pós-Eclipse, muitos argumentam que a série original de 1997 ainda oferece uma experiência mais completa do desenvolvimento da Era de Ouro. A confusão se estabelece porque ambas, a trilogia e a série de 2016, dependem fortemente do CGI, mascarando as profundas diferenças qualitativas e de escopo narrativo entre elas, levando o espectador menos atento a superestimar a qualidade da produção de 2016 ou subestimar as iterações baseadas em computador mais antigas.

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Tags:

#Berserk #Animação CGI #anime 2016 #Trilogia 2012-2013 #Edição Memorial

Analista de Mangá Shounen

Especializado em análise aprofundada de mangás de ação e batalhas (shounen), com foco em narrativas complexas, desenvolvimento de enredo e teorias de fãs. Experiência em desconstrução de arcos narrativos e especulações baseadas em detalhes canônicos.

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