Análise aponta ausência de romance desenvolvido na narrativa de naruto
Pesquisas apontam que, apesar dos casais formados no mangá e anime, o romance em Naruto carece de desenvolvimento emocional aprofundado.
Uma análise recente sobre a obra Naruto, um dos pilares do mangá e anime shonen, sugere que o enredo central ignora ou negligencia o desenvolvimento de tramas românticas significativas. Argumenta-se que, embora a série apresente múltiplos casais, a construção dessas relações é frequentemente superficial, falhando em estabelecer uma intimidade emocional complexa entre os personagens.
O ponto levantado centraliza-se na construção das personagens femininas. Observa-se que muitas delas parecem se enquadrar em arquétipos polarizados. Algumas são retratadas como excessivamente autoritárias ou dominadoras, como a mãe de Shikamaru ou Tsunade. Em contrapartida, outras são classificadas como excessivamente submissas ou tímidas, como Hinata ou Konan. Essa dicotomia limita o espectro de personalidades e, consequentemente, a profundidade de seus envolvimentos afetivos.
Obsessão versus Conexão Genuína
Um aspecto criticado é a natureza da fixação romântica. Há questionamentos sobre a persistência de certas paixões, como a de Sakura por Sasuke, um personagem com um histórico de violência contra ela. Similarmente, a maneira como Tenten reage à perda de Neji é vista por alguns como estagnação, sugerindo que as motivações românticas são impostas pela narrativa em vez de organicamente desenvolvidas.
Mesmo nos relacionamentos considerados mais estabelecidos, como o de Minato e Kushina, a exploração emocional é vista como breve. As conexões tendem a ser marcadas por tragédia ou morte antes que possam amadurecer em um nível mais profundo. Nesses casos, o romance corre o risco de ser reduzido a um papel funcional dentro da mitologia maior da história, muitas vezes culminando em um foco quase exclusivo na procriação de novos ninjas.
O Vazio das Relações Alternativas
A análise se estende também às dinâmicas não-canônicas. Relações de forte amizade ou bromance, frequentemente exploradas na obra, quando interpretadas sob uma luz romântica por parte de alguns fãs, são consideradas sem lastro na construção textual original. A ausência de um desenvolvimento romântico substancial parece criar um vácuo onde a idealização assume o lugar da construção narrativa.
A atmosfera geral da história, focada em conflito, superação de limites físicos e política ninja, não parece propícia para explorar nuances sentimentais. Mesmo um par com potencial, como Zabuza e Haku, embora comovente, é visto como problemático devido ao notável desequilíbrio etário entre os dois. Dessa forma, a conclusão aponta que o universo de Naruto, criado por Masashi Kishimoto, prioriza o desenvolvimento de habilidades e os laços de camaradagem sobre a complexidade do afeto romântico maduro.