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Análise aponta inconsistências visuais marcantes na adaptação de "bleach: Thousand-year blood war"

Críticas focam no uso excessivo e discordante de filtros de cor e animação limitada em partes cruciais do anime.

Analista de Mangá Shounen
30/12/2025 às 02:15
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A recente adaptação de Bleach: Thousand-Year Blood War (TYBW) tem sido amplamente celebrada por sua animação moderna e fidelidade à obra original de Tite Kubo. Contudo, uma análise detalhada da produção revela pontos de fricção significativos, especialmente em relação à direção de arte e à aplicação de efeitos visuais ao longo dos arcos adaptados.

O dilema da saturação de cores e filtros

Um dos aspectos mais criticados reside na escolha cromática utilizada em diferentes locais e momentos da narrativa. Embora a primeira leva de episódios tenha apresentado cenas de alto impacto, houve relatos de uma dependência excessiva em filtros de cores que, para alguns espectadores, prejudicaram a imersão. Exemplos notórios incluem a padronização de tons esverdeados em Hueco Mundo.

A situação se agrava com a iluminação peculiar aplicada em áreas chave. O interior da mente de Ichigo, por exemplo, foi dominado por um intenso tom rosa, uma escolha que contrasta drasticamente com a representação visual oferecida pela série original, que utilizava um céu azul em momentos de revelação emocional profunda. Questionamentos surgem sobre se essa mudança estilística favoreceu a estética em detrimento do impacto emocional pretendido.

Efeitos visuais e a estética Quincy

A representação do poder Quincy também gerou debate. O Reishi azul utilizado pelos inimigos foi descrito como artificial e excessivamente computarizado, com os efeitos de partículas dos Volstandig e dos arcos sendo percebidos por alguns como visualmente poluentes. Há uma notória falta de coesão quando se compara a apresentação desses efeitos com a iluminação geral das cenas.

A inconsistência se estendeu a locais específicos. Enquanto se esperaria uma paleta de cores alinhada com o ambiente central do Wandenreich, que geralmente é associado a tons azuis, a câmara de Bambietta, por exemplo, foi banhada em vermelho, criando uma dissonância visual com o cenário predominante.

Variações de qualidade entre as levas

A performance visual da animação parece ter flutuado entre as levas de episódios conhecidas como Courts. Enquanto os episódios centrais do primeiro Cour, particularmente entre os números seis e doze, foram elogiados por entregar animação de qualidade superior, o segundo Cour trouxe novamente a controversa iluminação, como o céu vermelho durante a invasão ao Seireitei.

Na visão de quem analisa a obra comparativamente com o mangá, a versão animada pecou ao substituir o céu escuro, porém transparente que permitia a visualização das nuvens externas, por um céu vermelho estático de duas dimensões, mergulhando todos os personagens em um banho de luz vermelha. Os momentos finais desse segundo bloco, embora considerados melhores que o restante, ainda não alcançaram o nível de fluidez visto nos melhores momentos do Cour inicial.

O ápice do Soul Palace e a nova paleta rosa

O terceiro Cour indicou uma recuperação na qualidade da animação, notavelmente durante o confronto entre Ichigo e Uryu. Todavia, a transformação do Palácio das Almas por Yhwach introduziu um novo problema de ambientação: a supressão do céu, substituído por um plano de fundo preto com iluminação púrpura. Embora o roxo seja considerado uma melhoria em relação ao vermelho anterior, ele ainda se desvia de como o cenário era retratado na fonte original.

O clímax da controvérsia cromática parece ter ocorrido na sala do trono de Yhwach, onde um rosa vibrante dominou a cena. Tanto o protagonista Ichigo quanto o antagonista foram envolvidos por essa tonalidade, o que, segundo observadores, desviou a atenção das complexidades das técnicas exibidas e da estética dos personagens, como a nova vestimenta de Ichigo.

Fonte original

Tags:

#Animação #Bleach #Adaptação #Crítica #TYBW

Analista de Mangá Shounen

Especializado em análise aprofundada de mangás de ação e batalhas (shounen), com foco em narrativas complexas, desenvolvimento de enredo e teorias de fãs. Experiência em desconstrução de arcos narrativos e especulações baseadas em detalhes canônicos.

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