Análise das trajetórias de ao e ohnoki em boruto gera questionamentos sobre desenvolvimento de personagens mais antigos

O tratamento dado aos veteranos Ao e Ohnoki na série Boruto: Naruto Next Generations tem sido alvo de debates fervorosos entre a base de fãs.

Analista de Anime Japonês
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26/11/2025 às 02:28

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Análise das trajetórias de ao e ohnoki em boruto gera questionamentos sobre desenvolvimento de personagens mais antigos

As trajetórias de dois pilares da época de Naruto, Ao e Ohnoki, na continuação Boruto: Naruto Next Generations, têm sido recentemente objeto de intensa análise e, em muitos casos, de insatisfação por parte da audiência dedicada ao universo ninja. A forma como esses personagens veteranos foram retratados gerou a percepção de que suas personalidades e evolução sofreram mudanças significativas, levando muitos a questionar se eles receberam o devido respeito após a longa jornada vivida na Quarta Grande Guerra Ninja.

Em particular, a introdução de Ao no novo cânone, agora como um agente de uma organização criminosa e com uma postura significativamente mais sombria, chocou alguns espectadores. Embora seja compreensível que o trauma de guerra possa deixar cicatrizes profundas, o nível de desvio do personagem em relação ao seu papel anterior foi visto como drástico. A experiência pós-guerra, que deveria ter solidificado seu papel como protetor da paz recém-adquirida, parece ter levado Ao a um caminho de desilusão extrema.

A Batalha de Ohnoki Contra a Idade e a Relevância

Igualmente complexa é a representação de Ohnoki, o Terceiro Tsuchikage. O personagem, que em Naruto Shippuden demonstrou grande sabedoria e um sacrifício nobre para proteger sua vila, surgiu em Boruto lidando com o peso da idade e a dificuldade de aceitar um mundo onde a paz tornava sua força superada. Sua obsessão em criar um sucessor perfeito, que culminou em ações questionáveis, pareceu afastar-se de sua imagem anterior de líder sábio e moderado.

Para muitos fãs, esses desenvolvimentos parecem negligenciar o peso emocional e a conclusão narrativa que esses ninjas alcançaram no mangá original de Masashi Kishimoto. O arco de redenção e a filosofia de vida construída ao longo de décadas de serviço à Aldeia da Pedra e à Aliança Shinobi parecem ter sido reescritos ou minimizados para servir a novas tramas focadas na geração mais jovem.

A questão central levantada é se o enredo de Boruto conseguiu justificar essas drásticas mudanças de caráter ou se elas foram meros artifícios narrativos para criar conflito imediato. Especialistas em narrativas de longa duração apontam que, ao reintroduzir personagens queridos, o equilíbrio entre honrar o passado e introduzir novas dinâmicas deve ser delicado. A sombra do PTSD (Transtorno de Estresse Pós-Traumático) de Ao, por exemplo, é um ponto válido, mas a execução precisa refletir a profundidade que esses indivíduos alcançaram.

Em última análise, a jornada de Ao e Ohnoki em Boruto reabre o debate sobre como narrativas de continuação devem lidar com legados estabelecidos, especialmente quando se trata de personagens que definiram eras anteriores na franquia, exigindo que a nova geração prove seu valor em um mundo que eles ajudaram a construir.

Analista de Anime Japonês

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Especialista em produção e elenco de animes e filmes japoneses originais. Possui vasta experiência em cobrir anúncios de elenco, equipe técnica e trilhas sonoras de produções de nicho, focando na precisão dos detalhes da indústria.