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A surpreendente falta de ambição geopolítica de muzan kibutsuji no universo demon slayer

Análise da motivação do vilão final de Demon Slayer revela um desejo singular de sobrevivência, não de domínio mundial.

Analista de Mangá Shounen
12/12/2025 às 05:05
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A figura de Muzan Kibutsuji, o progenitor de todos os demônios em Kimetsu no Yaiba, é frequentemente estudada pelo seu poder avassalador e sua crueldade histórica. Contudo, uma análise mais profunda sobre sua trajetória e metas revela uma ausência notável de ideais grandiosos, que o distingue de muitos antagonistas clássicos de ficção.

Um vilão focado na imortalidade, não na dominação

Diferentemente de antagonistas que buscam a destruição total do planeta ou o estabelecimento de um novo regime global, o objetivo primário de Muzan parece ser estritamente pessoal e egoísta: a autopreservação eterna. Ele nunca demonstrou interesse em interagir com governos estabelecidos ou em arquitetar um plano complexo de hegemonia mundial.

Sua existência milenar é marcada pela fuga e pela manutenção de seu status, algo que se alinha perfeitamente com sua natureza como o demônio mais antigo. A perspectiva de uma vitória sobre os caçadores de demônios não implicaria em uma reestruturação social ou política significativa no Japão Taishō, o período em que grande parte da trama se desenrola.

O futuro pós-vitória: O nicho do poder

Se Muzan tivesse sucesso em eliminar a organização Demon Slayer Corps, a projeção de suas ações futuras seria bastante restrita. O pressuposto é que ele manteria apenas um círculo íntimo de demônios de alto escalão que lhe fossem úteis ou agradáveis. Ele próprio expressou, em momentos de confidência, que nunca desejou genuinamente proliferar sua espécie de forma descontrolada ou criar um exército massivo de seguidores.

A expansão de sua linhagem parecia ser mais uma consequência de suas necessidades de sobrevivência e experimentação do que um projeto de império. Portanto, um mundo onde os caçadores não existissem resultaria em um cenário onde Muzan simplesmente buscaria um local isolado e seguro para desfrutar de sua imortalidade recém-garantida, livre da ameaça constante.

A solidão do poder absoluto

Esse foco na sobrevivência solitária contrasta fortemente com vilões que aspiram a reescrever as regras da sociedade ou a provar uma filosofia superior. Muzan não tem uma filosofia, exceto talvez pela celebração do seu próprio eu. Sua motivação é a negação da morte, um medo primordial levado ao extremo, e não um desejo de construir um novo mundo sob sua égide.

Essa ambição minimalista, confinada à sua própria longevidade, sugere que o impacto de sua vitória seria paradoxalmente pequeno, mantendo a estrutura civilizacional intacta, mas apenas sem a sombra da perseguição demoníaca. A verdadeira mudança no mundo de Demon Slayer, como visto na obra de Koyoharu Gotouge, reside na intervenção dos protagonistas em mudar a própria natureza das criaturas, e não no resultado de um confronto de poder.

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Tags:

#Análise de Personagem #Kimetsu no Yaiba #Muzan Kibutsuji #Final Boss #Poderes e Motivações

Analista de Mangá Shounen

Especializado em análise aprofundada de mangás de ação e batalhas (shounen), com foco em narrativas complexas, desenvolvimento de enredo e teorias de fãs. Experiência em desconstrução de arcos narrativos e especulações baseadas em detalhes canônicos.

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